Investimento: saiba quais são as apostas mais seguras para 2018

Investimento é a sua palavra de lei para o ano que está chegando? Confira aqui quais são as melhores aplicações de acordo com especialistas consultados.

2018 será um ano agitado, tanto na política quanto na economia. Isso terá um grande impacto na maneira que você investe seu dinheiro – e ficar atenta ao noticiário fará toda a diferença na hora de escolher os melhores investimentos. Como se sabe, até mesmo os nomes que se irão se candidatar influenciarão seus rendimentos.

“Tudo aponta para um cenário de bastante volatilidade. Todos os anos de eleição costumam ser turbulentos, ainda mais esse, se considerarmos a maneira que o Brasil está conduzindo sua política. A definição de quem será o novo presidente é uma variável importante para todos os investidores”, explica Jose Carlos de Souza Santos, ex-Diretor de Cursos da Fipe e professor da FEA/USP.

Quando falamos em volatilidade, falamos em instabilidade. Por isso, será preciso apertar os cintos e ser racional na escolha, levando em consideração não apenas o cenário político e econômico, como também seus objetivos com aquele dinheiro, seu perfil de investidora e o prazo que você tem para deixá-lo rendendo. Para ajudá-la nessa tarefa, convidamos dois professores especialistas para apontarem suas apostas de bons investimentos para 2018. Alguns dos favoritos são:

• Tesouro Direto
•  LCIs
•  LCAs
•  Fundos DI
•  Fundos multimercado
•  ETFs
•  Debêntures
•  Ações na Bolsa

Veja a seguir os motivos e como obter o melhor deles.

Tesouro Direto

Entra ano, sai ano, mas ele continua na lista de melhores investimentos – mesmo com a visível queda da taxa básica de juros (veja aqui como isso influencia seus investimentos). Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que aconteceu na última quarta-feira (06), a taxa Selic alcançou o patamar de 7%, o menor desde 1986.

Por esse motivo, para Silvio Paixão, professor de Análise de Cenários Econômicos e Macroeconomia da Faculdade FIPECAFI, pode ser uma boa apostar em títulos indexados à inflação – o IPCA+, que protege o dinheiro da inflação e ainda oferece uma rentabilidade real.

“Se a investidora tiver perfil conservador, pode deixar tudo nele. Mas, se ela quiser diversificar mais, pode aplicar um terço de seu dinheiro no IPCA+, um terço em títulos pré-fixados e um terço indexado à remuneração cambial. Via de regra, quando você considera a rentabilidade e subtrai as despesas associadas, eles são os mais econômicos”, aconselha. Essa proporção é apenas uma sugestão.

LCIs e LCAs

Eles caíram no gosto de muitas investidoras por serem isentos de Imposto de Renda – ao contrário de outras aplicações, como o Tesouro Direto, que possui uma alíquota que varia de acordo com o tempo de investimento. “Porém, eles apenas são interessantes se a rentabilidade estiver em torno de 90% do CDI. Abaixo disso, o Tesouro Direto acaba sendo mais vantajoso”, aponta Santos. CDI é a sigla para Certificado de Depósito Interbancário, taxa usada para os bancos emprestarem dinheiro entre si e que costuma acompanhar a taxa Selic.

Fundo de investimento

Existem diversos tipos de fundos, cada um com suas características e indicações. “Investidoras de perfil moderado, ou seja, que conseguem arriscar um pouco, podem colocar parte de seu dinheiro em fundos DI e fundos multimercado. Apenas cuide para que a taxa de administração não seja superior a 1% para não prejudicar os rendimentos”, diz Paixão.

Já as mais arrojadas podem cogitar os ETFs (Exchange Traded Funds, ou Fundos de Índice). Com eles, comprando apenas uma cota, você adquire uma pequena parcela de uma cesta de ações, deixando seus investimentos mais diversificados. Apenas fique de olho nas taxas mensais de corretagem.

Debêntures

Eles nada mais são que papéis de dívidas corporativas, em que investidores emprestam dinheiro para pagarem dívidas das empresas privadas. Do mesmo modo que ocorre com o Tesouro Direto, no qual se empresta recursos para o Governo.

Porém, essas aplicações são aconselhadas para investidoras que não têm medo de riscos: elas não possuem cobertura do FGC (Fundo Garantidor de Crédito, que garante até R$ 250 mil de indenização por banco e por CPF caso haja falência). Para compensar o risco, contudo, os rendimentos costumam ser mais atrativos.

“Como a economia deve se recuperar ano que vem, mesmo que lentamente, as empresas devem oferecer papéis com juros mais convidativos. É uma boa oportunidade de investimento para médio e longo prazo”, conta Santos.

Ações na Bolsa

Quem precisa de um investimento de curto prazo deve fugir delas, assim como quem lida mal com perdas – afinal, estamos falando de um investimento de maior risco. No curto prazo, é possível que você observe fortes baixas ou valorizações. Isso demanda sangue frio, porque os resultados mais significativos surgem no longo prazo. Então, é melhor não pensar em ganho imediato e cogitar essa opção apenas se você estiver mirando o longo prazo.

De acordo com Santos, alguns dos setores que podem oferecer ganhos promissores em 2018 são Alimentação, Varejo, Educação e Infraestrutura. “O Brasil já está há mais de dois anos sem grandes investimentos em infraestrutura e, caso a economia realmente se recupere, a tendência é que projetos governamentais sejam desengavetados, beneficiando as empresas desses setores”, aposta.

No entanto, por se tratar de renda variável, todo cuidado é pouco. “A investidora, mesmo a mais arrojada, pode colocar 30% de seus recursos em ações e os demais 70% em renda fixa, como o Tesouro Direto. Assim, ela terá alguma garantia”, aconselha Paixão.

Também é importante contar com ajuda de uma assessoria – e isso também vale para debêntures. “Busque bons fundos de investimentos, com gestores que saberão analisar e buscar bons papéis e diversificarão sua carteira. Os segredos do sucesso ao aplicar em ações são o longo prazo e a diversificação, afinal, se uma ação não estiver indo tão bem, as outras compensarão”, finaliza Santos.

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Via financasfemininas.uol.com.br